sábado, 16 de abril de 2016

ADORAÇÃO

Voltar no tempo e no espaço,
viver na Galiléia,
rever, cena por cena, a vida de um Deus.
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Acompanhar a estrela
para presenciar o estranho Milagre
de Deus aprisionando Sua onipotência
num corpo de Criança.
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Acompanhar este “Senhor de quanto existe”
fugindo para a terra da servidão.
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Vê-lO, bem mais tarde,
levantar do vício e do crime
o publicano e a meretriz.
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Ouvir a voz suave:
“Vinde e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde...”
Manso e humilde...
Tão humilde que se ajoelha no Getsêmane
para chorar a degradação da própria imagem.
Tão manso que caminha para o Gólgota,
sob a cruz, sem uma queixa.
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Emudecer de espanto ao ver este Deus-sem-lugar
ser suspenso entre o céu e a terra,
que não teve um berço para nascer,
“uma pedra para reclinar a cabeça”,
maldito sobre uma cruz.
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Ouvir este Deus,
coberto de dor e vergonha,
prometer o paraíso e oferecer perdão.
Perdão...
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Seu evangelho, Seu ensino,
Sua última palavra
até que o “Tudo está consumado”
alcançasse o céu
e as trevas cobrissem a terra.
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Caminhar até o sepulcro
e encontrá-lo vazio.
Deixar Jerusalém e subir ao monte
para ver abrirem-se os céus e
cair de joelhos.
Porque todos os joelhos se curvam,
todos os lábios se calam,
para ouvir em prece:
“Este JESUS há de voltar um dia...”

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Autora: Myrtis Matias
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