quarta-feira, 20 de abril de 2016

O GRILO

Numa noite clara,
de Lua redonda
como um queijo branco
no prato do céu,
do meio do mato
uma voz ouvi,
que falava sempre:
CRI... CRI... CRI...


Vestido de noite,
perdido no escuro,
parado num canto
que não descobri,
seu corpo comprido,
de inseto elegante,
confesso não vi...
Só ouvi seu canto
na perdida sombra:
CRI... CRI... CRI...


Estava sozinho,
sem algum amigo
com quem conversasse;
então decidi:
"Com o grilo alegre
vou travar conversa".
- Ei, grilo, não temas,
que eu não sou de briga!
Creste no que eu disse?
... e o grilo, do escuro,
respondeu na hora,
como se entendesse:
CRI... CRI... CRI...


Fiquei muito alegre,
ele me entendia
e me respondia
com satisfação...
Pus-me a contar fatos
que o deixaram quieto,
prestando atenção:
"Uma vez, amigo,
veio ao mundo um homem
muito meigo e puro
perdoando a todos,
libertando escravos,
saciando pobres
e curando enfermos;
homem tão bondoso
como igual não vi..."
- Creste no que eu disse?
...Respondeu-me o grilo,
como se entendesse:
CRI... CRI... CRI...


"...Pois o tal profeta
(Ele era profeta),
como fosse humano,
dedicado e amigo,
recebeu dos homens
o pior castigo
que já conheci:
numa cruz pesada
foi crucificado,
suas mãos sangraram,
rasgadas, feridas,
sua fronte clara
foi lavada em sangue,
padeceu torturas
como nunca vi..."
- Creste no que eu disse?
...Respondeu-me o grilo,
como se entendesse:
CRI... CRI... CRI...


"...Mas, um dia, um belo
dia de domingo,
Esse homem puro,
que nenhum pecado
no mundo provou,
rompeu as cadeias
da morte gelada,
e ressuscitou...
Seu corpo, na pedra
do escuro sepulcro,
ninguém mais achou...
o nome bendito
do Ser soberano
da glória e da luz
soa como um hino,
às vezes humano,
às vezes divino,
o nome é ... JESUS...


Esse doce amigo
que sofreu assim
padeceu castigo
e morte por mim.
Para ser sincero,
devo confessar:
Ele foi ferido
para me salvar..."


- Bem, já se faz tarde,
vou dormir, amigo,
boa-noite, Grilo...
Mas, ó companheiro,
tu creste de fato
no que eu disse aqui?


... Respondeu-me o grilo,
como se entendesse:
CRI, CRI, CRI, CRI, CRI!!!

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Autor: GIÓIA MARTINS


REFERÊNCIA:

REACHERS, Sammis. 3 Irmãos Antologia: Um pouco do melhor da poesia evangélica em língua portuguesa. [s.n]. Versão gratuita em PDF, [s.d].
 

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Um comentário:

  1. ola meu nome é Célio Diniz, e declamava essa poesia num templo aqui da minha cidade (BH) quando eu estava com 6 anos de idade, hoje ja conto 57 anos e ainda a declamo nas igrejas. Benção.

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