Autora:
Vilma Aparecida de Oliveira Pires
Cenário: Cabana indígena,
utensílios como arco e flecha, cajado, gamelas, banco de madeira (toco de
madeira), trajes característicos.
Personagens:
Chefe
da tribo: Otefe
Criança:
Nandique
Mãe
de Nandique: Hana
Sacerdote
: Alfa
Missionário
Abrem-se
as cortinas com Hana ralando mandioca, sentada no chão, e Otefe sentado num
banco de madeira (ou toco de madeira)
Ato
único
Entra
Alfa arrastando Nandique pelo braço. (Nandique
tentando se soltar)
Nandique:
- Me solta! Me larga, eu não fiz
nada!
A
menina continua tentando se soltar e quando vê o chefe da tribo grita:
Nandique:
- Papai! Papai me ajuda!
O
chefe da tribo se levanta nervoso e grita com o sacerdote Alfa:
Otefe:
- O que está acontecendo? Larga a
minha filha agora!
Nandique:
- Papai, eu não fiz nada de errado.
Eu só estava brincando. Manda ele me largar!
Otefe:
- O que aconteceu? Por que você esta
arrastando minha filha desse jeito? O que ela fez?
(O
sacerdote Alfa permanece de cabeça baixa e calado)
Otefe:
- Vamos, me diga por que está
arrastando minha filha?
Alfa: - Chefe...
ela violou o nosso local sagrado. Eu a peguei brincando aonde ninguém, a não
ser os sacerdotes, tem permissão para entrar.
Otefe muito nervoso agarra Nandique e a sacode gritando:
Otefe: - Isso
é verdade minha filha? Você entrou no local sagrado? É verdade?
Nandique tremendo de medo responde:
Nandique: - Eu... eu só estava curiosa para saber como era o lugar onde
moram nossos deuses, papai.
Nandique abraça sua mãe
Alfa: - E
agora chefe? O que vamos fazer? O senhor conhece a nossa lei...
Otefe abaixa a cabeça e fica em silêncio
Alfa: - A
lei do nosso povo diz que qualquer pessoa que violar o local sagrado precisa
ser sacrificada para aplacar a fúria de nossos deuses.
Otefe: - Eu
sei! Mas ela é minha filha! (Fala chorando)
Ela é minha filhinha querida! Silêncio e música triste
Otefe respira profundamente e chorando diz:
Otefe: - Faça
o que tem de ser feito.
Hana se ajoelha aos pés de Otefe e chorando diz:
Hana: - Não!
Você não pode fazer isso com ela! Ela é nossa filha, e é só uma criança. Você é
o chefe da tribo, não deixe que eles façam isso com ela, eu te imploro! (Fala
agarrada às pernas de Otefe)
Otefe: - Você
não entende? Não podemos ofender aos nossos deuses assim! É a Lei!
Alfa sai arrastando Nandique que chora chamando pelos pais.
Nandique: - Papai... mamãe! O que vão fazer comigo? Eu não quero ir. Me
larga! Papai... Nãooooooooooo!
Música triste Hana sai de cena chorando. Otefe permanece de
cabeça baixa.
Entra missionário com roupas comuns, mochila nas costas e uma
Bíblia na mão
Missionário: - Boa tarde! Eu estou visitando as tribos dessa região e
gostaria de falar com você. Eu posso?
Otefe faz apenas um gesto para que o missionário se sente
perto dele. O missionário abre a Bíblia e começa a evangelizar Otefe
Narrador: - O missionário começa então a contar para Otefe a História da
criação do mundo. Conta como era lindo o paraíso onde Adão e Eva moravam, e que
eles podiam falar com Deus todas as tardes. Explica que por causa do pecado de
Adão e Eva, eles foram expulsos do paraíso. Mas que o amor de Deus é tão
grande, que naquele mesmo dia ELE fez a promessa que está escrita em Gênesis
3.15, de que um dia nasceria aquele que haveria de nos libertar da escravidão
do pecado. Falou que no passado os homens que adoravam ao Deus Criador,
ofereciam sacrifícios para expiar os pecados que cometiam, porque essa era a
Lei, mas desde que Deus cumpriu a SUA promessa e enviou SEU Filho Jesus Cristo
ao mundo, já não existe mais a necessidade de sacrifícios, porque JESUS foi o
CORDEIRO PERFEITO que foi crucificado na cruz, derramando seu sangue para nos
salvar da morte, porque como está escrito no livro de Hebreus capítulo 9,
versículo 22: “...Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado.” Jesus
Cristo foi o sacrifício aceitável a Deus.
Nessa cena o missionário faz gestos conforme o narrador vai
falando. Otefe fica atento às palavras do missionário.
Otefe: - O
senhor está me dizendo que há um único Deus que criou o mundo, o céu e as
estrelas?
Missionário: - Isso mesmo!
Otefe: - E
ELE deu o seu único Filho para pagar pelos pecados de todos os homens?
Missionário: - Sim. “Porque Ele amou o mundo de tal maneira que deu seu
filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.”
Otefe cai de joelhos diante do missionário e diz:
Otefe: - Por
que você não veio antes me falar desse Deus Criador! Se você tivesse vindo
antes minha filha ainda estaria viva. Por que demorou tanto? Por que?
A cena é congelada enquanto o narrador diz:
Narrador: - Ainda existem milhões de pessoas no mundo vivendo na
escuridão! Eles desconhecem o Deus criador, o Deus Vivo. Existem povos que
adoram vários deuses, que cometem atrocidades em nome do deus que eles creem. O
mundo precisa conhecer Jesus!
“Acende uma luz e deixa brilhar. A luz de Jesus que brilha em
todo lugar. Tu não podes te esconder, tu não podes te calar diante da
necessidade. Acende uma luz na escuridão”
(Trecho da música “Acende uma Luz” da JMM) Música
continua baixinho enquanto os dois saem de cena
* * *
Notas: Essa peça foi inspirada numa história real relatada
por um missionário, e que chegou até mim através de uma irmã que ouviu o
testemunho.
No portal da JMM (Junta de Missões Mundiais da Convenção
Batista Brasileira) você encontra a música “Acende uma luz” para poder baixar.
Ela pode ser usada como a música de fundo para a peça.
REFERÊNCIA:
REACHERS, Sammins;
PIRES, Vilma Aparecida de Oliveira. Teatro
Missionário: Peças teatrais e jograis sobre Missões e Evangelização para
Igrejas evangélicas. Versão Gratuita em PDF, 2013.
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