sábado, 16 de abril de 2016

SACRIFÍCIO INÚTIL



Autora: Vilma Aparecida de Oliveira Pires  

Cenário: Cabana indígena, utensílios como arco e flecha, cajado, gamelas, banco de madeira (toco de madeira), trajes característicos.

Personagens:
Chefe da tribo: Otefe
Criança: Nandique
Mãe de Nandique: Hana
Sacerdote : Alfa

Missionário

Abrem-se as cortinas com Hana ralando mandioca, sentada no chão, e Otefe sentado num banco de madeira (ou toco de madeira)

Ato único
Entra Alfa arrastando Nandique pelo braço. (Nandique tentando se soltar)

Nandique: - Me solta! Me larga, eu não fiz nada!

A menina continua tentando se soltar e quando vê o chefe da tribo grita:

Nandique: - Papai! Papai me ajuda!

O chefe da tribo se levanta nervoso e grita com o sacerdote Alfa:

Otefe: - O que está acontecendo? Larga a minha filha agora!

Nandique: - Papai, eu não fiz nada de errado. Eu só estava brincando. Manda ele me largar!

Otefe: - O que aconteceu? Por que você esta arrastando minha filha desse jeito? O que ela fez?

(O sacerdote Alfa permanece de cabeça baixa e calado)

Otefe: - Vamos, me diga por que está arrastando minha filha?

Alfa: - Chefe... ela violou o nosso local sagrado. Eu a peguei brincando aonde ninguém, a não ser os sacerdotes, tem permissão para entrar.

Otefe muito nervoso agarra Nandique e a sacode gritando:

Otefe: - Isso é verdade minha filha? Você entrou no local sagrado? É verdade?

Nandique tremendo de medo responde:

Nandique: - Eu... eu só estava curiosa para saber como era o lugar onde moram nossos deuses, papai.

Nandique abraça sua mãe

Alfa: - E agora chefe? O que vamos fazer? O senhor conhece a nossa lei...

Otefe abaixa a cabeça e fica em silêncio

Alfa: - A lei do nosso povo diz que qualquer pessoa que violar o local sagrado precisa ser sacrificada para aplacar a fúria de nossos deuses.

Otefe: - Eu sei! Mas ela é minha filha! (Fala chorando)

Ela é minha filhinha querida! Silêncio e música triste

Otefe respira profundamente e chorando diz:
Otefe: - Faça o que tem de ser feito.

Hana se ajoelha aos pés de Otefe e chorando diz:

Hana: - Não! Você não pode fazer isso com ela! Ela é nossa filha, e é só uma criança. Você é o chefe da tribo, não deixe que eles façam isso com ela, eu te imploro! (Fala agarrada às pernas de Otefe)

Otefe: - Você não entende? Não podemos ofender aos nossos deuses assim! É a Lei!

Alfa sai arrastando Nandique que chora chamando pelos pais.

Nandique: - Papai... mamãe! O que vão fazer comigo? Eu não quero ir. Me larga! Papai... Nãooooooooooo!

Música triste Hana sai de cena chorando. Otefe permanece de cabeça baixa.

Entra missionário com roupas comuns, mochila nas costas e uma Bíblia na mão

Missionário: - Boa tarde! Eu estou visitando as tribos dessa região e gostaria de falar com você. Eu posso?

Otefe faz apenas um gesto para que o missionário se sente perto dele. O missionário abre a Bíblia e começa a evangelizar Otefe

Narrador: - O missionário começa então a contar para Otefe a História da criação do mundo. Conta como era lindo o paraíso onde Adão e Eva moravam, e que eles podiam falar com Deus todas as tardes. Explica que por causa do pecado de Adão e Eva, eles foram expulsos do paraíso. Mas que o amor de Deus é tão grande, que naquele mesmo dia ELE fez a promessa que está escrita em Gênesis 3.15, de que um dia nasceria aquele que haveria de nos libertar da escravidão do pecado. Falou que no passado os homens que adoravam ao Deus Criador, ofereciam sacrifícios para expiar os pecados que cometiam, porque essa era a Lei, mas desde que Deus cumpriu a SUA promessa e enviou SEU Filho Jesus Cristo ao mundo, já não existe mais a necessidade de sacrifícios, porque JESUS foi o CORDEIRO PERFEITO que foi crucificado na cruz, derramando seu sangue para nos salvar da morte, porque como está escrito no livro de Hebreus capítulo 9, versículo 22: “...Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado.” Jesus Cristo foi o sacrifício aceitável a Deus.

Nessa cena o missionário faz gestos conforme o narrador vai falando. Otefe fica atento às palavras do missionário.

Otefe: - O senhor está me dizendo que há um único Deus que criou o mundo, o céu e as estrelas?

Missionário: - Isso mesmo!

Otefe: - E ELE deu o seu único Filho para pagar pelos pecados de todos os homens?
Missionário: - Sim. “Porque Ele amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Otefe cai de joelhos diante do missionário e diz:

Otefe: - Por que você não veio antes me falar desse Deus Criador! Se você tivesse vindo antes minha filha ainda estaria viva. Por que demorou tanto? Por que?

A cena é congelada enquanto o narrador diz:

Narrador: - Ainda existem milhões de pessoas no mundo vivendo na escuridão! Eles desconhecem o Deus criador, o Deus Vivo. Existem povos que adoram vários deuses, que cometem atrocidades em nome do deus que eles creem. O mundo precisa conhecer Jesus!
“Acende uma luz e deixa brilhar. A luz de Jesus que brilha em todo lugar. Tu não podes te esconder, tu não podes te calar diante da necessidade. Acende uma luz na escuridão”

(Trecho da música “Acende uma Luz” da JMM) Música continua baixinho enquanto os dois saem de cena

* * *

Notas: Essa peça foi inspirada numa história real relatada por um missionário, e que chegou até mim através de uma irmã que ouviu o testemunho.

No portal da JMM (Junta de Missões Mundiais da Convenção Batista Brasileira) você encontra a música “Acende uma luz” para poder baixar. Ela pode ser usada como a música de fundo para a peça.

REFERÊNCIA:
REACHERS, Sammins; PIRES, Vilma Aparecida de Oliveira. Teatro Missionário: Peças teatrais e jograis sobre Missões e Evangelização para Igrejas evangélicas. Versão Gratuita em PDF, 2013.
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