Autora:
Eliúde Marques
Do
livro Primícias do meu Jardim
Personagens:
7 moças. A Última traz a Bandeira
Nacional.
Narradora
entra só e fala:
Vem
mocidade, olha os campos de batalha em que desolação está. Os esquadrões do
inimigo enfurecidos sustêm a guerra contra a paz, pleiteiam contra o povo de
Deus, derrubam a fé de muitos fracos, empunham suas lanças contra a Palavra do
Senhor.
Que
vamos fazer? Que vamos buscar? Com quem vamos lutar? Vem, mocidade, tu que és o
jardim do Senhor, "olhai os lírios dos campos", quanta simplicidade
há em suas pétalas. Vê que seu perfume é suave e agrada ao Jardineiro. Somos do
Senhor as flores de esperança, pois a flor da esperança desabrocha no jardim da
juventude. Também somos soldados e precisamos lutar, buscando reforço no
Quartel General e confiantes no Comandante que vai na nossa frente, sigamos
para a luta.
Canta
a primeira estrofe do hino 515 da Harpa Cristã Antiga e depois fala:
-
Quem irá Comigo, quem irá? As novas do Evangelho aos perdidos levar?
As
moças restantes cantam ocultamente o coro do hino 515 enquanto a 1ª sobe.
1ª
fala (dirigindo-se à Narradora):
Eu
irei contigo as almas saciar. O mar da vida é revoltoso, as ondas crescem mais,
porém o Senhor é forte e tu não temerás.
NARRADORA:
Temer? Nunca temeremos! Com o General
das tropas lutaremos.
1ª
FALA AINDA:
-
Vejamos que o relógio dos céus não tarda em marcar a hora derradeira quando
todas as tribos, línguas, povos e nações serão um só povo e um só Senhor
reinará e julgará a terra.
Sigamos para o alto. Que importa a peleja frente aos campos
de batalha, se temos a certeza de vencer! Eu irei contigo as muitas almas
ganhar. Seja na serra ou no bosque, seja na terra ou no mar.
NARRADORA: Comigo, quem enfrentará tamanha luta. Ah, Senhor, não vejo
com quem batalhar. As cobiças e a vaidade afastam do teu seio a mocidade.
(ainda ocultamente vozes cantam a 1ª estrofe e o coro do hino
Avante, Mocidade - n° 544 do Cantor Cristão)
2ª) SOBE , ENQUANTO CANTAM, E FALA:
Eu sou soldado voluntário e sei que para lutar por Cristo,
devemos contemplar mais de perto o calvário, pois, uma só palavra de
arrependimento não saiu de sua boca ao contemplar a cruz. Contigo, eu irei, não
olharei para trás. Seremos bem unidos: eu, tu e outros mais dispostos, que
firmes ficaremos em nossos postos. Serei feliz em te ajudar em tão nobre
missão, levando aos pecadores esta paz da salvação.
NARRADORA: Ainda vejo na alvorada de tão tristonha manhã, que sob o céu
sem fim ficarei em afã. Somos tão poucas!...
1ª) Porém
Cristo há de por mensagem em nossas bocas!
3ª) Sigamos
irmãs minhas, o nosso alvo um dia alcançaremos.
Que importa se não nos quiserem escutar. Sigamos de porta em
porta a levar a semente bendita do Evangelho à criança, ao enfermo, ao moço e
ao velho. Tempestades veementes, desejos incontidos, olhos chamejantes seduzem
o mundo e aqui é como se fosse um ninho doce de paz e de abrigo. Vamos
mocidade, vençamos o inimigo!
O céu é tão brilhante no seu límpido azul,
levemos a mensagem do Norte até ao Sul.
4ª) ENTRA EM CENA E FALA:
Por Cristo pelejarei, amiga irmã, embora sendo pouco o meu
talento não o esconderei, mas o multiplicarei para quando o meu Senhor voltar,
entregar-lhe feliz mil almas redimidas. Serei mais uma que se prontifica a te
ajudar. Aceita-me no teu batalhão, pois, buscarei as armas, o capacete e o
pendão. Calçarei os meus pés com o Evangelho da paz, enfrentaremos a luta e
venceremos os demais que em nossa frente chegar.
Com coragem, ó moço, iremos batalhar;
Com vigor e esforço nós vamos triunfar.
NARRADORA:
Tua coragem enche de tanta fé a nossa alma!... esperemos um
pouco mais, porque, por certo as outras virão.
5ª) ENTRA E FALA:
Como é lindo este dia, a mocidade em festa. Para onde iremos
nós? Vamos ficar aqui? Não, a festa é tão brilhante, a nossa alma canta, mas
lá, muito além a tristeza, a dor, e o pranto se levantam e a nossa missão é
pregar o Evangelho nos campos a lutar, embora mui cansados os montes a subir, a
nossa recompensa será no bom porvir.
Nas montanhas escarpadas, no bosque multicor,
no horizonte da serra, nos ares e na terra,
levemos a mensagem de vida e de amor.
Almas sedentas precisam de Jesus,
a vida lhes declina, os olhos não têm luz
e é nosso dever levar a salvação
da Trindade divina o amor e o perdão!
INTRODUTORA: Estou mais confiante agora porque já vejo que o Senhor ouviu
a minha petição. Será que existe mais alguém encorajado?
Ocultamente um grupo canta o hino 224 da Harpa Cristã Antiga
(a primeira estrofe e o coro) enquanto a 7ª moça entra em cena envolvida na
Bandeira Nacional, ficando entre as seis. Canta-se o Hino Nacional. Logo após
fala a
7ª MOÇA:
Eu vim das multidões cansadas e arfantes
que caminham na vida sem paz e salvação,
eu vim lá das montanhas, dos desertos errantes
que clamam tão sedentos por amor e perdão.
Eu vi no mundo atroz a fome e a indolência
de povos martirizados sem paz e sem clemência.
Queres me escutar, ó cara mocidade,
o mundo jaz em trevas, em ilusão e maldade,
e aqui, ó que bonança, que singular bondade!
Peço-te que a estes que estão perdidos em afãs
leves a mensagem boa ao reflorir das manhãs
e não desprezes jamais ó linda mocidade,
as primícias do bem, do amor e da verdade.
Não deixem, caros jovens, a vida na seara,
essa vida sublime que ao mundo não se compara.
Levem encorajados a plena salvação
que fará de mil almas um céu de gratidão.
Olhemos que os rincões de nossa pátria amada,
os vales, os sertões, um povo sofredor,
precisam de nossa ajuda. A cruz ensanguentada
jamais pode ficar sem fruto e sem valor,
e é pela mocidade forte e varonil
que Cristo há de salvar o povo do Brasil!
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