sábado, 5 de novembro de 2016

NATAL NO TRIBUNAL



Na cadeira dos réus está o Natal.

Advogados acusam ou defendem tentando definir se o Natal é importante no novo milenio.

Igreja, ceia, menino, comércio... são testemunhas.

Cortinas Fechadas
Saudação aos presentes
Hino
Abrem Cortinas
(Cenário)
(Um Tribunal: Bandeiras do Brasil, do Estado, do Município; Mesa, Cadeira da juíza, Martelo, Cadeira para o Réu, Máquina de escrever, Escrevente...
Estão nos seus lugares o Escrevente, os dois Advogados e os 7 Jurados
Entra a Juíza - todos se levantam - depois se sentam...
JUÍZA:     Senhores e Senhoras presentes. Estamos agora reunidos neste julgamento extraordinário, mas muito necessário. O réu vai ser julgado por não ter mais serventia neste novo milênio. O réu é o Natal. Estaremos julgando se o Natal ainda tem algum valor neste novo milênio, e que tipo de Natal deve ficar solto, para que tenha alguma serventia e não ameace a humanidade.
JUÍZA: Escrevente, quem é a primeira testemunha?
ESCREVENTE: É o Sr. comércio, Sra. Juíza.
JUÍZA:     Pois faça entrar o Sr. Comércio.
ESCREVENTE:   Que entre no tribunal o Sr. Comércio.
O COMÉRCIO
Música de Fundo
(É trazida uma pessoa totalmente vestida em forma de um grande pacote com a palavra "COMÉRCIO" bem visível na frente e atrás)
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Sr. Comércio! Qual a melhor época do ano para o senhor?!
COMÉRCIO:   Sem dúvida, a melhor época do ano para mim é o Natal!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Mas, explique por que isso?
COMÉRCIO:   É porque dá mais emprego, vende mais, as pessoas só querem comprar, junta muito mais dinheiro!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   E o Sr.. Acha que o Comércio depende do Natal, ou o Natal que depende do Comércio?
COMÉRCIO:   Ora... Ora... O que seria do Natal sem o Comércio? O que seria do Natal sem as comprar, os presentes? Qual seria a alegria das crianças e dos adultos? O Comércio é a grande estrela e sentido do Natal!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Não tenho mais nenhuma pergunta, Sr.. Juiz.
JUÍZA:     Com a palavra o Advogado de defesa.
ADVOGADO DE DEFESA:   Sr. Comércio! Se a grande alegria do Natal é o que o Sr. Produz, como explicar as tristezas que muitos sentem neste dia? Mesmo com tantos presentes, compras e gastos, nem todos se sentem felizes neste dia. O Sr. Falou dos empregos gerados durante o tempo do Natal, mas, e como ficam estas pessoas depois desses dias. Além disso, não podemos esquecer da inveja que muitas crianças e até adultos sentem por não poderem ter ganho ou comprado o que os outros compraram e ganharam? Mas... Isso tudo ainda não é o pior: como dizer que o sentido do Natal é o Comércio para aqueles que nada conseguiram comprar ou, se compraram, não conseguem pagar as prestações e tem o seu nome sujo no SPC? Não! O Natal não depende do Sr.. Para continuar sendo o VERDADEIRO NATAL!
COMÉRCIO:   Bom... Na verdade o SPC, a inveja, a tristeza, os sentimentos... Hum... Isso não me interessa. Isso é para os fracos. (Olha para o público e diz:) Não esqueçam: com uma boa propaganda na porta, e você entra direitinho e parcela as suas compras em até 10 vezes...
JUÍZA: (bate o martelo) Por gentileza, Sr. Comércio! Sem propagandas e manifestações neste tribunal.
ADVOGADO DE DEFESA:   Nenhuma pergunta mais ao Sr.. Comércio (O Sr.. Comércio fica em um lado, visível, no palco, para o visual impressionar mais a platéia)
JUÍZA:     Escrevente, quem é a próxima testemunha?
ESCREVENTE:   Agora é a vez da Sra. Igreja, meritíssima.
JUÍZA:     Pois faça entrar a Sra. Igreja.
ESCREVENTE:   Que entre no tribunal a Sra. Igreja.

A IGREJA
Música de Fundo
(É trazida uma pessoa completamente vestida de igreja, com cruz, torre e tudo e com a inscrição IGREJA bem visível a todo o público)
ADVOGADO DE DEFESA:   Sra. Igreja. Como é do seu conhecimento, o Natal está sendo julgado e o seu testemunho é muito importante. Sra. Igreja, diga-nos: qual é o verdadeiro sentido do Natal?
IGREJA:  Relembrar a vinda de Jesus ao mundo, o grande presente que Deus nos deu, e que não perde a graça e nem o valor no dia seguinte. Um presente que não deixa as pessoas atoladas em dívidas para o resto do ano. Ao contrário, é o presente que nos enriquece de paz, amor, esperança e salvação. Natal é Jesus, o presente que Deus oferece para salvar todo o mundo pecador.
ADVOGADO DE DEFESA:   Infelizmente, Sra.. Igreja, o Natal está virando um simples motivo para compras e vendas. O que a Sra.. Está fazendo para combater este triste mentalidade das pessoas?
IGREJA:   Nós continuamos ensinando e pregando a Palavra de Deus. Nós nos reunimos em Cultos, em Departamentos, ensinamos as pessoas que, mais importante do que as coisas materiais é buscar a Palavra de Deus e os Sacramentos em primeiro lugar, para ter Deus e a salvação eterna.
ADVOGADO DE DEFESA:   Ok! Muito obrigado! Não tenho mais perguntas.
JUÍZA:     Com a palavra o Sr.. Advogado de Acusação.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Sra. Igreja. Vocês se reúnem, aprendem, cantam, fazem reuniões, planejam e, acredito eu, oram pelos necessitados. Certo?
IGREJA:   Sim! Sem dúvida!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Mas, vocês acham que isso enche a barriga dos pobres e miseráveis que vivem por aí? Sra. Igreja! Sem falsidades! A Sra.. Disse que o Natal é o presente de Deus ao mundo, um presente que traz paz, amor e esperança. De que adianta toda essa baboseira? Pelo que eu sei, esse tal livro, a Bíblia, que vocês usam diz: "De que adianta a fé se obras? É coisa morta em si mesma". Eu pergunto: o que vocês fazem mesmo na prática para aliviar, por exemplo, a fome do mundo?
IGREJA:   Por exemplo, muitas igrejas trazem ofertas de mantimento para ajudar aos irmãos mais pobres da Igreja e nos cultos de festa da colheita os alimentos são enviados para nosso asilo ajudando aos velhinhos.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   (chateando diz) Eu duvido que todos estão participando mesmo dessas ofertas!!!...
IGREJA:   (abaixa a cabeça) Bom... Seria o ideal mas, uns esquecem, outros também passam dificuldades e, outros talvez não entenderam ou não aceitaram ainda o sentido de AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Sr. Juiz. Ignoro a testemunha e afirmo que esse Natal de Jesus - que traz paz, amor e esperança - é um sonho, uma propaganda enganosa e não pode mais continuar. Afinal, já diz o livro que os cristãos usam: Quem não ama a seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê." e "Todas as vezes que fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste".
JUÍZA:     Vamos agora ter um recesso de alguns minutos, e depois ouviremos as testemunhas finais.
CORTINAS FECHAM
RECESSO
CORTINAS ABREM
JUÍZA:   Escrevente, quem é a próxima terstemunha?
ESCREVENTE:   A próxima testemunha é a dona Ceia.
JUÍZA:     Pois então chame a dona Ceia.
ESCREVENTE:   Por favor, que entre no tribunal, a próxima testemunha, Dona Ceia.
Dona Ceia
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Dona Ceia!...
CEIA: Uma observação: para que ninguém me confunda, meu nome todo é Dona Ceia Natalina.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Perdão, dona Ceia Natalina. Todos os dias as pessoas fazem refeições, e isso acaba virando rotina. Por que a Sra. Acha que nesta época de Natal a Sra.. Seria tão especial?
CEIA: Ora! Sem comentários! Vai querer me comparar com feijão, arroz e guisado? Por favor, né!...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Então a Sra.. Acha que a personagem principal do Natal é a Sra..?!
CEIA: Acha? Não!... Tenho certeza que sem a minha presença o Natal nem existe. Natal sem a minha presença é um feriado sem sentido. Afinal, eu preparo os estômagos, fígados e intestinos para a chegada de alguém tão importante quanto eu: O PAPAI NOEL. Sem dúvida, eu sou a responsável pelas grandes alegrias do Natal pois, afinal de contas, o que seria deste feriado se as pessoas não enchessem a barriga?
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Bom... Diante do explicado, não tenho mais perguntas.
JUÍZA:     Com a palavra a Defesa.
ADVOGADO DE DEFESA:   A Sra.. Disse que é responsável pelas grandes alegrias do Natal, mas o que a Sra.. Diz da ressaca, dor de estômago, exageros, brigas e ressentimentos de muitas pessoas no dia seguinte?
CEIA: Me poupe de detalhes desinteressantes... Isso tudo faz parte da festa!... Natal é isso mesmo!
ADVOGADO DE DEFESA:   Mas, e quantos nessa cidade e nesse país não tem o que comer? A Sra.. Se sente feliz sabendo que nas Ceias haverá tanto desperdício? A Sra.. Acha que só traz alegrias? Não seria mais justo dividir a comida com os mais necessitados do que vê-los nas lixeiras comendo os restos do dia anterior? Dona Ceia! Assim não é o Verdadeiro Natal. Este não é o Natal que queremos nas ruas. Sr. Juiz, estou satisfeito e gostaria que entrasse a próxima testemunha.

JUÍZA:     Escrevente, e agora, quem é a próxima testemunha?
ESCREVENTE:   É o Sr. Pedrinho.
JUÍZA:     Sr. Pedrinho? Quem é o Sr. Pedrinho?
ESCREVENTE:   O Sr. Pedrinho é a próxima testemunha, Meritíssima Juíza.
JUÍZA:     Pois então faça entrar no tribunal esse tal de Sr. Pedrinho
ESCREVENTE:   Que entre no tribunal o Sr. Comércio
(É trazido um ex-menino de rua, mas agora bem vestido e arrumado, com ares de bem-educado...)
JUÍZA:     Hum!... Que estranho! Aqui consta que o Sr. é menino de rua. Até que para um menino de rua o Sr.. Está bem apresentável!...
PEDRINHO:   Sr. Juiz, há um engano no seu relatório. Agora eu sou um "ex-menino de rua" - há um bom tempo já não vivo mais na rua...
JUÍZA:     Certo! Com a palavra o Sr.. Advogado de Defesa!...
ADVOGADO DE DEFESA:   Pedrinho... Como é que você conseguiu sair das ruas?... Conte-nos...
PEDRINHO:   Olha, doutor. Tudo começou a praticamente um ano atrás. As pessoas me falavam tanto em Natal. Um dia saí da favela, do meu barraco, e fui por aí perguntar o que era Natal!...
ADVOGADO DE DEFESA:   Pois não.... Prossiga Pedrinho!...
PEDRINHO:   Uns me diziam que Natal era comida, outros que era presentes, outros que era pinheirinho. Eu andava bem confuso. Mas foi então que um moço me explicou o que era Natal. Ele falou de Jesus Cristo - o Filho de Deus - que tinha vindo ao mundo, para trazer esperança, amor, paz, perdão dos pecados e salvação eterna. O moço me levou para dentro de uma igreja e, pela primeira vez, eu pude participar de uma Encenação de Natal. Sabe, foi maravilhoso!... Foi inesquecível!...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Protesto! Meritíssima Juíza! A testemunha está sendo induzida!...
JUÍZA:     Protesto aceito. Seja específico, Sr.. Advogado de Defesa, e não manipule a testemunha!
ADVOGADO DE DEFESA:   Mas, Sr.. Juíza!...
JUÍZA:     Sem "mas" nenhum! Prossiga, ou seremos obrigados a descartar esta testemunha.
ADVOGADO DE DEFESA:   E a descoberta do Verdadeiro sentido do Natal mudou sua vida? Por isso que você está com essa educação melhor, as roupas... Com certeza as pessoas daquela igreja não esqueceram de você e lhe estão ajudando sempre...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Protesto, Meritíssimo! A testemunha está sendo induzida!...
JUÍZA:     Protesto aceito!...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   E além do mais, Sr. Juiz, quem garante que estas roupas não são roubos por parte da testemunha!?...
ADVOGADO DE DEFESA:   Protesto, Sr. Juíza! Meu colega está fazendo uma acusação sem provas!
JUÍZA:     Protesto negado! Contenha-se... se não... Senão vai ser pior para o Sr.. Prossiga, Sr.. Advogado de Acusação.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Obrigado, Meritíssimo! Bom... Como eu ia dizendo, este menino não tem condições de ajudar para que este tribunal seja justo. Seus antecedentes não lhe favorecem. Sugiro que a testemunha seja descartada.
JUÍZA:     Pedido atendido! O Sr.. Pedrinho pode ser retirado do recinto.
ADVOGADO DE DEFESA:   Protesto, Meritíssimo! Isso é arbitrariedade. O menino tem um passado de pequenos furtos e delitos, mas hoje sua vida é diferente. Ele descobriu que o Natal é perdão que vem de Deus. Ele pode ajudar para que o verdadeiro Natal permaneça nas ruas, casas e corações neste novo milênio. Esse menino é uma pessoa, e a sociedade deve perdoá-lo e não discriminá-lo.
JUÍZA:   Retirem a testemunha.... E o Sr. Se contenha!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   (com ironia) Obrigado, Sr.. Juíza!...
JUÍZA:     Ouviremos agora a última testemunha. Escrevente, parece que hoje vai vir no tribunal o o bom Velhinho Papai Noel. É verdade isto?
ESCREVENTE:   Sim, Sra. Juíza. Hoje neste tribunal, até o Papai Noel vai testemunhar.
JUÍZA:     Pois então faça-o entrar.
ESCREVENTE:   Que venha o bom velhinho Papai Noel.
(É trazido um Papai Noel com tudo o que tem direito de enfeites...)
JUÍZA:     Com a palavra a Acusação.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Papai Noel. Desde que esse mundo é mundo, o Sr.. Tem se preocupado em alegrar as pessoas. O seu trabalho, com certeza, é muito gratificante. Fale um pouco dos seus afazeres, especialmente desta época de fim de ano...
NOEL:   Bom, de fato, minha agenda está lotada neste fim de ano. Não é fácil ser o centro das atenções. Quase nem vim a este julgamento, mas já que o Sr.. Foi tão insistente, e disse que...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   (Dá uma boas tossidas...) Bom, (pigarreia) me fale do seu trabalho, Papai Noel - deixe os detalhes para outra hora! Ok!?
NOEL:   Sim... Sim... Estou até estressado. São muitas entregas, muitos presentes, muitas trocas de presentes - brinquedos com defeitos - o controle de qualidade não está muito bom - ou as mercadorias são do Paraguai, pois quase não duram nada. Acho também que as correspondências estão um pouco atrasadas. Mas, apesar dos pesares, vamos trabalhando bastante, pois Natal é isso mesmo! Sem Papai Noel, nem tem graça...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Se o Sr.. Se aposentasse ou desanimasse, será que continuaria existindo Natal?...
NOEL:   Olha, nunca gostei de falar de mim mesmo ou me exaltar. Profiro não responder.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Mas essa pergunta é fundamental! (Pede licença ao público e cochicha no ouvido da Juíza...)
JUÍZA:     (fala ao público) É que o Advogado pediu para eu permitir que ele chame algumas crianças da Platéia aqui para a frente... Tens a permissão, Sr.. Advogado de Acusação.
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   (já combinado, chama algumas crianças - estas vem à frente - ele lhes dá alguns doces - e diz): Queridas crianças. Agora a palavra de vocês é muitíssimo importante: por acaso vocês sabem que é, ou já ouviram falar de um tal de Jesus Cristo?
Cri 1: Jesus Cristo?!... Em que canal da TV ele se apresenta?!...
Cri 2: Jesus? Se não me engano, a minha vó um dia me falou... Mas faz tanto tempo... Não era um homem que voava e que era forte porque os seus cabelos eram compridos? Na verdade, eu não se direito...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO: (mostrando-lhes o Papai Noel) E ele... Vocês conhecem?!...
CRIs: (olham a ele e gritam juntas alegres) PAPAI NOEL!!! Nossa! Já é Natal de novo!
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Diante dessa manifestação será preciso mais perguntas, para que os jurados decidam qual o Natal que ficará nas ruas, casas e corações daqui para frente?
JUÍZA:     Vocês, crianças podem se retirar...
(As crianças se retiram...)
JUÍZA:     Sr. Advogado de Defesa, a testemunha é sua.
ADVOGADO DE DEFESA:   Só tenho uma pergunta, Sr.. Juiz.
JUÍZA:     Pois faça essa pergunta.
ADVOGADO DE DEFESA:   Papai NOEL:   em que você se inspirou quando começou a presentear as crianças e adultos?
NOEL:   Por gentileza, repita a pergunta. Estou ouvindo meio mal...
ADVOGADO DE DEFESA:   Em que o Sr.. Se inspirou quando começou a presentear as crianças e adultos?
NOEL:   Me inspirei no amor que Deus teve pelas pessoas quando enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo. Apenas copiei a ideia mas, reconheço que, por mais que eu trabalhe, apenas copiei uma ideia...
ADVOGADO DE ACUSAÇÃO:   Papai Noel! O Sr.. Falou demais! Estragou tudo! Tem noção do que acabou de dizer?...
NOEL:   Mas é a pura verdade! Apesar de todo o meu esforço em entregar presentes, reconheço que eles dão apenas uma alegria passageira. Já cansei de ver isso!...
ADVOGADO DE DEFESA:   De minha parte não tenho mais perguntas.
JUÍZA:     A decisão agora é com os senhores jurados. Baseados em todos os argumentos dados, vocês vão votar e decidir qual o Natal que deve continuar a ser lembrado e vivido.
RECESSO PARA A VOTAÇÃO DOS JURADOS
(Neste momento os jurados saem para os fundos para a votação)

Fecham Cortinas
Hino
Versos crianças
Abrem Cortinas
(está no palco a cena completa do julgamento)
A Juíza anuncia os resultados dos votos dos Jurados:
JUÍZA:     Senhoras e senhores presentes. Vou ler agora o resultado da votação dos jurados, para ver com que tipo de Natal nós vamos ficar daqui para frente. O resultado é o seguinte:
3 votos para o natal mundano, comércios, festas, bebedeiras e etc e mais etc.
3 votos para o Natal de Jesus, o Salvador de todo pecador, o maior presente que Deus deu ao mundo.
1 voto em branco.
Portanto, deu empate na votação inicial. Por gentileza, senhores jurados. Como a questão é muito importante, peço que aquela pessoa que votou em branco vote de novo e tome a sua decisão.
UM OLHA PARA O OUTRO; HÁ UM SILÊNCIO GERAL
De repente um dos jurados se levanta e diz:
JURADO: Senhores, reconheço que é muita responsabilidade eu tomar essa decisão sozinho. Gostaria de pedir ao Sr.. Juiz que deixasse o público me ajudar nessa decisão.
JUÍZA:     Bom... Nunca tivemos caso assim, mas acho certo... Aceito a sugestão.
A Juíza se dirige ao Público
Ali tem 5 pessoas já preparadas para responderem quando a Juíza perguntar
JUÍZA:   (ao público) Gostaria que neste momento viesse ao palco as 5 pessoas que vão ajudar ao jurado a escolher o Natal que deverá vencer. Por favor, possam vir até a minha mesa e depositar aqui os seus votos
As 5 pessoas saem do meio da platéia, vão à frente, e juntamente com o jurado levam cada uma seu papel, entregam a Juíza e voltam a seus lugares
A Juíza vai à mesa, olha os votos, volta ao Público e diz:
JUÍZA:     Senhoras e Senhores. O tribunal vai entrar em recesso mais uma vez e no final, nós vamos chamar ao palco aquele Natal que recebeu os votos favoráveis, que venceu neste tribunal!
Fecham Cortinas
Palavra do pastor e hinos
(enquanto isso arruma-se o “presépio”)
Abrem Cortinas
JUÍZA:     Senhoras e Senhores. Atenção para a sentença final. Agora nós vamos chamar ao palco aquele Natal que recebeu os votos favoráveis, que venceu neste tribunal e que não só deve, mas é preciso que fique para ser vivido de todo o coração por aqueles que o escolheram e por todos nos. Que suba ao palco o NATAL VENCEDOR E QUE DURA PARA SEMPRE!
Neste momento o presépio entra pelos fundos e toda a cena final do Natal se coloca no palco Iluminado: Maria, José, Jesus no colo, Os anjos, os Magos, os Pastores, Ovelhas... e tudo...
NARRADOR
Senhoras e Senhores. Este é o Natal que o mundo pecador realmente precisa. Este é o Natal que todo o verdadeiro cristão também prefere. Um Natal que, mesmo simples e humilde, mas apresenta o Rei, o Salvador de toda a Humanidade. Um Natal que, através de Jesus, nascido em Belém, oferece o perdão dos pecados e a salvação eterna, sem distinção de raça, cor ou posição social. Desde os mendigos, meninos de rua e bandidos, como qualquer rei, rainha, majestade ou autoridade de qualquer parte do mundo, pelo sincero arrependimento de seus pecados e a verdadeira fé e confiança no perdão de Cristo, podem ter a mesma alegria e a mesma salvação que o Natal de Jesus oferece. O mundo materialista e secular transformou o Natal num grande circo apenas de luzes, comércio, comidas e diversões mas que, no final, só leva ao vazio, ao desespero e à condenação eterna. Creia no Jesus Cristo que é comemorado no Natal. Ele é a Festa da salvação eterna. Ele é Natal verdadeiro para esta vida e para a eternidade. FELIZ NATAL!

HINO NOITE FELIZ
Tudo é paz! Tudo amor! Dormem todos em redor;
Em Belém Jesus nasceu, Rei da paz da terra e céu;
Nosso Salvador; é Jesus Senhor.
Glória a Deus! Glória a Deus! Cantam anjos lá nos céus;
Boas novas de perdão, graça excelsa, salvação;
Prova deste amor dá o Redentor.
Rei da paz, Rei de amor, Deste mundo ao Criador;
Vinde todos Lhe pedir que nos venha conduzir;
Deste mundo a luz é o Senhor Jesus.
 


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VEJA TAMBÉM  

NATAL PASSADO



A peça é uma ficção sobre a família dos donos da estalagem onde Jesus nasceu. Estes passavam por uma grande crise financeira, por conta de um problema de saúde de Mirian, esposa do dono da hospedagem...

Personagens:

Jacó – O dono da estalagem

Miriam – Sua esposa

Raquel – Filha

Mateus – Filho

Achbed – Primo

Petra – Amiga de Achbed

José

3 Reis Magos

Hóspedes

 

Há uma adaptação desta mesma história aqui: UMAFAMÍLIA NO NATAL
Nota: todos podem ser interpretados por crianças ou adultos

Script
MATEUS:  Shhhh! Nós temos que ficar bem quietos ou Papai e Mamãe vão nos ouvir. Fique bem quietinha para eles não nos verem.
RAQUEL:  Onde estamos indo, Mateus?
MATEUS:  Nós estamos indo ver os pastores.
Mateus se arrasta perto da parede e abre a porta bem devagar quando ouve Jacó falando lá de dentro.
JACÓ:  Pare aí mesmo! (Raquel e Mateus param com medo de terem sido descobertos) Sente aí! (Eles voltam e se sentam no chão, esperando a bronca. Jacó agora fica mais gentil) Agora, Miriam, temos que conversar sobre isso. Não podemos mais enterrar nossas cabeças na areia.
MÍRIAM:  Tudo bem, Jacó. Então vamos conversar. (Só agora eles surgem no palco).
JACÓ:  Eu só quero que você saiba que não precisa ter medo. Eu sempre cuidei dessa família, e não quero parar agora. Tudo vai ficar bem.
MÍRIAM:  Mas, Jacó, o que vamos fazer?
JACÓ:  Eu já cuidei disso. Até a Lua Nova as coisas terão mudado, já tenho um comprador para a estalagem.
MÍRIAM:  Não Jacó! Você não está falando sério!
JACÓ:  Miriam, a estalagem não é a coisa mais importante deste mundo. Você e as crianças são!
MÍRIAM:  Mas, Jacó, esta estalagem está na sua família há 3 gerações! Quando Raquel e Mateus tiverem idade suficiente, serão 4 gerações! Como você pode pensar em vender?
JACÓ:  Miriam, este ano você esteve tão doente.
MÍRIAM:  Mas eu estou melhor agora. Eu já posso cozinhar de novo.
JACÓ:  Eu sei disso, Miriam, mas nossos fregueses não sabem. Quando eu e as crianças tivemos que cozinhar, você sabe o que aconteceu. Nós simplesmente não cozinhamos como você! Nossa freguesia foi para outras estalagens. Vai levar um tempo para voltarem.
MÍRIAM:  Mas nós vamos trazê-los de volta, Jacó.
JACÓ:  Miriam, você não entendeu.
MÍRIAM:  Não, eu não entendi. Por que essa pressa toda para vender?
JACÓ:  Enquanto você esteve doente, Miriam, eu fiz de tudo para você melhorar. Você sabe disso, não?
MÍRIAM:  Claro que sei.
JACÓ:  Todos aqueles médicos que a curaram quando pensamos que você ia nos deixar, custaram caro.
MÍRIAM:  Ah, Jacó, eu sinto muito. Eu não sabia que você tinha passado por isso.
JACÓ:  Isso não importa. Nada importa a não ser que você está bem de novo. A única coisa é que eu tive que pegar emprestado algum dinheiro.
MÍRIAM:  Ah, não, Jacó! Não me diga que você pegou emprestado de... Achbed!
JACÓ:  E de quem mais, Miriam? Ele era a nossa única opção. Ninguém mais podia me emprestar o dinheiro. Eu tentei. Eu tentei todo mundo que pude recorrer antes de ir ao Achbed.
MÍRIAM:  Ah, Jacó. Você sabe para que ele quer esta estalagem.
JACÓ:  É claro que sei, mas isso não importa.
MÍRIAM:  Não importa! É claro que importa! Pense nesses anos todos desta estalagem funcionando honesta e honradamente. Ele quer transformar nossa estalagem em mais um de seus bordéis que só ele chama de estalagens!
JACÓ:  Eu sei, mas não tínhamos outro caminho, e eu faria de novo tudo igual para ter você com saúde de novo.
MÍRIAM:  Eu te amo, Jacó.
JACÓ:  Também te amo.
MÍRIAM:  Eu digo o que devemos fazer.
JACÓ:  O quê?
MÍRIAM:  Devemos orar para Jeová para salvar nossa estalagem, assim como Ele me salvou da morte.
JACÓ:  O que seria um milagre agora.
MÍRIAM:  E é para isso que oramos, por um milagre. Agora! (Ela segura a mão de Jacó e começa a orar) Jeová, precisamos de sua ajuda. Precisamos de um milagre. Eu sei que não é de sua vontade que Achbed se apodere dessa estalagem para transformá-la em um bordel. Mostre-nos o caminho para salvarmos nossa estalagem. Amém.
JACÓ:  Amém. (Abraça Miriam) Vamos, Miriam, vamos para a cama.
MÍRIAM:  Sim, e nos preparamos para o milagre. (Saem)
RAQUEL:  Você ouviu isso, Mateus?
MATEUS:  Claro que sim!
RAQUEL:  Temos que fazer alguma coisa. Não podemos deixar o primo Achbed tomar a estalagem. Mas o que é um bordel afinal?
MATEUS:  É um lugar onde as pessoas fazem coisas que nossos pais não fariam.
RAQUEL:  Tá, e o que vamos fazer?
MATEUS:  E como eu vou saber? O que podemos fazer?
RAQUEL:  Bem, podemos começar com os hóspedes que já temos.
MATEUS:  Nós só temos 2 e ele só estão aqui para passar a noite. O que poderíamos fazer?
RAQUEL:  Nós podemos lhes dar o melhor serviço que eles já viram, talvez assim eles voltem ou digam aos seus amigos sobre nossa estalagem. Amanhã de manhã nós vamos levantar cedo e vamos preparar água morna para eles lavarem o rosto. Vamos preparar o melhor café-da-manhã do mundo, já que a mamãe está cozinhando de novo. Vamos deixar seus animais prontos para que possam viajar, e faremos tudo o mais que pedirem que façamos.
MATEUS:  (Já cansado só de ouvir) Puxa... Mas agora é melhor irmos para a cama, se temos que fazer isso tudo já pela manhã.
RAQUEL:  Sim, e nós vamos orar também.
MATEUS:  Tá legal. Vamos, e me acorde assim que você acordar.
RAQUEL:  Não se preocupe, eu vou.

Cena 2
RAQUEL:  Olha só, mãe! Os homens lá de Nazaré me deram uma moeda a mais por nosso bom serviço.
MÍRIAM:  Que lindo, querida. Eu notei você e seu irmão fazendo uns serviços extras esta manhã. No que você vai gastar?
RAQUEL:  Ah, não. Isto é para você e o papai. Eu e Mateus só queremos ajudar.
MÍRIAM:  Isto é mesmo lindo, mas os hóspedes deram isto para você. Você deveria ficar com ela.
RAQUEL:  Não mãe, você deve ficar com ela. (Raquel joga a moeda na mesa e sai correndo, passando por Jacó sa saída)
JACÓ:  Bom dia para você também, Raquel. Por que esta pressa toda?
MÍRIAM:  Ela ganhou uma moeda a mais de um dos hóspedes esta manhã pelos bons serviços dela e do irmão.
JACÓ:  Que ótimo!
MÍRIAM:  Sim, mas ela insistiu que nós deveríamos ficar com ela. Aqui está. Você falou com eles sobre Achbed e a estalagem?
JACÓ:  Não! Claro que não! Não quero que eles fiquem preocupados
MÍRIAM:  Bem, ou eles sabem de alguma coisa, ou nosso milagre está começando a acontecer.
JACÓ:  Precisamos de mais do que uma moedinha para o nosso milagre.
MÍRIAM:  Eu sei disso, Jacó, mas nós devemos ficar de olho no que Jeová está fazendo.
JACÓ:  Sim, é claro.
(Mateus entra correndo)
MATEUS:  Mamãe, Papai! Vocês já sabem da novidade?
JACÓ:  Qual delas?
MATEUS:  Estão todos comentando na cidade! Vai haver um censo! Todas as pessoas de toda a casa de Davi devem vir para Belém para se registrar. Nossa estalagem vai ficar cheia!!!
(Miriam e Jacó se olham espantados)
MÍRIAM:  Tem certeza, Mateus?
MATEUS:  Tenho. Total certeza!
JACÓ:  E quando vai ser?
MATEUS:  Daqui a uma semana! Papai, temos que nos preparar. Precisamos palha extra para as camas, e cobertores. Precisamos de mais comida, mamãe, para todos nossos hóspedes!
MÍRIAM:  Você está certo, Mateus. E é melhor comprarmos mais algumas mesas para colocarmos lá fora para os hóspedes extras que teremos.
MATEUS:  Vou contar para a Raquel! (Sai correndo)
MÍRIAM:  Jacó! Talvez este seja o nosso milagre!
JACÓ:  Pode ajudar, mas... Eu temo que seja um pouco tarde.
MÍRIAM:  Veremos, Jacó, veremos.
(Entra Achbed)
ACHBED:  Bom dia, primo Jacó. Bom dia, prima Miriam.
JACÓ:  Achbed, o que você está fazendo aqui?
ACHBED:  Agora eu preciso de um motivo para cumprimentar meu primo querido?
MÍRIAM:  Bom dia, primo Achbed.
ACHBED:  Melhor assim. Agora, que tal alguns daqueles biscoitos maravilhosos que eu tanto ouvi falar?
JACÓ:  Achbed, você não tem o direito...
MÍRIAM:  (interrompendo) Vou pegar alguns agora mesmo. (Vira-se e coloca alguns em um prato)
JACÓ:  Tá legal, primo Achbed. Já tem sua comida, agora tome seu rumo.
ACHBED:  Mas isto não é uma estalagem? Eu planejava ficar por uns tempos. Você aceita o meu dinheiro em troca de uma cama, ou não?
MÍRIAM:  É claro, você é bem-vindo para ficar, primo Achbed. É o nosso primeiro hóspede hoje.
ACHBED:  Isso é que é jeito de ser tratado. Ah, isto está delicioso. Posso ver que sua reputação é justificável. Talvez depois da Lua Nova você queira ficar por perto para continuar a cozinhar para a minha estalagem.
JACÓ:  Ainda não é a sua estalagem, Achbed! Nós temos um trato!
ACHBED:  Sim, nós temos, primo Jacó. E eu vou respeitá-lo. E eu acredito que você também vai.
JACÓ:  Eu sou um homem de palavra. Você sabe disso, Achbed.
ACHBED:  É tudo o que queria saber, primo Jacó. É tudo o que eu queria saber.
(Raquel entra)
RAQUEL:  Papai, Mamãe. Não são ótimas notícias? É como um milagre! (nota Achbed) Oh, bom dia primo Achbed.
ACHBED:  Bom dia Raquel. Quais são as boas notícias?
RAQUEL:  Vai haver um censo. Daqui a uma semana e nossa estalagem vai ficar cheia de hóspedes.
ACHBED:  Verdade? Talvez eu devesse ficar e lhes dar uma mão se ficarem muito ocupados.
JACÓ:  Achbed, eu estou avisando você. Se...
MÍRIAM:  (Interrompendo de novo) Obrigada de qualquer jeito, primo Achbed, mas nós podemos nos virar.
ACHBED:  Ah, bem... Eu sinto que não sou bem-vindo aqui. (Joga duas moedas na mesa) Acredito que isto cubra a minha refeição. Eu voltarei, primo Jacó, na Lua Nova. (Sai)
RAQUEL:  Eu espero que ele não volte.
JACÓ:  (Abraçando Raquel) Não se preocupe. Não importa o que ele faça. Só importa que estamos juntos como família. (Miriam abraça os dois)



Cena 3
(Uma semana depois, a estalagem está cheia de viajantes. O jantar é servido dentro e fora da estalagem. Miriam, Raquel, Jacó e Mateus correm para todos os lados com pratos e copos tentando atender às necessidades dos hóspedes.)
MÍRIAM:  Mais água aqui, Mateus!
JACÓ:  Raquel, traga mais pão para esta mesa, por favor.
MATEUS:  Mãe, estamos quase sem mel para o pão.
MÍRIAM:  Tem mais na cesta perto da porta, Mateus.
RAQUEL:  Mãe, precisamos de mais pão.
MÍRIAM:  Tem mais no forno, querida. Dê uma olhada neles, por favor.
RAQUEL:  Mateus, a mesa de fora também precisa de mais água.
MATEUS:  Ok. Já vou atender.
(Finalmente, todos estão comendo e Miriam e Jacó podem descansar um pouco)
MÍRIAM:  Eu não achei que ficaria tão cansada em minha vida toda, e pensar que devemos fazer isso ainda por mais seis dias até o censo terminar.
JACÓ:  Sim, mas com a ajuda de Jeová nós podemos fazer isso.
MÍRIAM:  E pense também em quantas pessoas conhecem a nossa estalagem agora.
JACÓ:  E os seus pratos! Mas, Miriam, precisamos de pelo menos mais 3 meses deste tipo de trabalho para termos o dinheiro que precisamos para pagar Achbed. Não tenha muitas esperanças.
MÍRIAM:  Não posso, Jacó. Minhas esperanças são muito elevadas, tanto quanto Jeová. Quer mantenhanos a estalagem ou não, eu ainda confiarei nEle.
JACÓ:  É tudo o que precisava ouvir. (Se abraçam)
MATEUS:  Papai, temos mais um hóspede! (Entra trazendo José)
JOSÉ:  Senhor, minha esposa e eu precisamos de uma cama para passar a noite.
JACÓ:  Eu ficaria muito feliz em atendê-lo, senhor, mas eu não tenho mais espaço na estalagem. Não temos nem um único centímetro desocupado para esta noite ou mesmo para o resto da semana.
JOSÉ:  Mas, senhor, minha esposa está a ponto de dar a luz. Eu preciso de um lugar para ela.
JACÓ:  Não há mais nenhum lugar nesta cidade para acomodá-los nesta semana, mas eu tenho um lugar para vocês.
JOSÉ:  E onde é este lugar?
JACÓ:  Eu estou meio envergonhado de sugerir isto, mas... nós temos um estábulo.
MÍRIAM:  Jacó!!!
JACÓ:  Pelo menos eles terão um lugar para se proteger e proteger seu filho. Mateus, traga alguma palha fresca.
MÍRIAM:  Infelizmente, é tudo o que temos. Até mesmo nossos cobertores estão sendo usados.
JOSÉ:  Nós temos cobertores, senhora. Ficaremos felizes por termos um lugar e alguma privacidade para a minha esposa.
MÍRIAM:  Mateus, mostre ao cavalheiro o estábulo. Eu vou preparar uma refeição para sua esposa e para você, senhor, e levarei até lá.
JOSÉ:  Obrigado. Mostre-me o caminho, por favor, Mateus. (José e Mateus saem)
MÍRIAM:  Raquel, eu preciso que me ajude com esta jovem que está para dar a luz. Primeiro, vamos levar a comida para eles e veremos como ela está. Leve um pouco de água também.
RAQUEL:  Sim, mamãe. (Sai com a comida)
JACÓ:  Muita bondade sua, Miriam.
MÍRIAM:  É o mínimo que podemos fazer.
(Os que estavam comendo se levantam o cumprimentam Jacó pela comida)
JACÓ:  Obrigado. Obrigado. Alguns de vocês poderiam me ajudar a empurrar estas mesas para que possamos colocar as camas para a noite? (Eles fazem isso. Todos se deitam. Jacó apaga as velas) Boa noite para todos. Durmam bem.

Cena 4
(Todos estão se levantando da mesa do café. Miriam parece cansada e desarrumada. Os hóspedes cumprimentam Miriam e Jacó pela comida. Um ou outro fala sobre ir para a fila do censo e todos saem. Miriam, Jacó e Mateus começam a limpar as mesas)
JACÓ:  Miriam, vá para o sótão e descanse. Você não dormiu a noite toda.
MÍRIAM:  Obrigada Jacó. Acorde-me para o almoço.
JACÓ:  Não mesmo. Você e Raquel vão dormir até o jantar. Vocês passaram a noite toda ajudando aquele casal com o nascimento de seu bebê. Agora, xô! Vão dormir. Mateus e eu serviremos lanches frios para os hóspedes no almoço. Você sabe: pão, queijo, mel, essas coisas.
MÍRIAM:  Tudo bem então. Mateus, você pode ir dar água para os animais lá na frente, por favor?
MATEUS:  Sim, mamãe. (Sai)
MÍRIAM:  Jacó, eu não tive a chance de contar, mas a coisa mais estranha aconteceu na noite passada.
JACÓ:  O quê?
MÍRIAM:  Assim que o bebê nasceu e sua mãe e eu acertamos tudo, nós ouvimos vozes do lado de fora do estábulo.
JACÓ:  Vozes?
MÍRIAM:  Sim, eram Benjamin, Obed e Natanael.
JACÓ:  Os pastores?
MÍRIAM:  Sim. Eles estavam muito animados e perguntaram pelo bebê.
JACÓ:  Pelo bebê?
MÍRIAM:  Sim.
JACÓ:  Mas como eles sabiam do bebê?
MÍRIAM:  Foi o que perguntei a eles. Eles disseram que anjos apareceram no céu e disseram para não terem medo, pois traziam boa-nova de grande alegria. Eles deveriam vir para Belém para encontrar o recém-nascido aqui. Eles disseram que o bebê foi enviado por Deus para salvar o mundo.
JACÓ:  Miriam, como que pode ser?
MÍRIAM:  Eu não sei, Jacó, mas eles estavam certamente convencidos, e todos os três falaram dos anjos.
JACÓ:  Taí uma coisa sobre a qual que eu preciso pensar e orar. Agora, minha querida esposa, você precisa dormir.
MÍRIAM:  Sim, eu já vou. Me chame no jantar.
(Mateus entra)
MATEUS:  Já dei água aos animais, papai.
JACÓ:  Ótimo. Agora somos só você e eu, Mateus. Nós ficaremos ocupados.
MATEUS:  Tudo bem. Nós podemos!
JACÓ:  Com certeza!
(José entra)
JOSÉ:  Com licença, senhor. Posso pedir um pouco de café-da-manhã para mim e minha esposa?
JACÓ:  Mas é claro, meu jovem. Como estão sua esposa e o bebê?
JOSÉ:  Eles estão ótimos. Agradeça à sua esposa e sua filha. Eu estou muito grato pela ajuda delas.
JACÓ:  E elas ficaram felizes em ajudar. Aqui, leve isto para vocês.
JOSÉ:  Muito obrigado. Posso pedir mais um favor?
JACÓ:  Certamente. O que é?
JOSÉ:  Seu filho poderia dar uma olhada na minha esposa de hora em hora hoje? Eu devo ir para a fila do censo.
JACÓ:  Certamente que sim. Vamos olhar e ter certeza de que ela está bem. E cuidaremos para que ela tenha o que quiser.
JOSÉ:  Muito obrigado por sua gentileza.
JACÓ:  Não precisa agradecer. (José sai com a comida. Mateus e Jacó continuam a limpar as mesas).
MATEUS:  Papai, você acredita em milagres?
JACÓ:  Mas é claro que sim, filho. Por que pergunta?
MATEUS:  Só estava curioso. O senhor já viu um milagre?
JACÓ:  Acho que sim. Depende qual a sua definição de milagre.
MATEUS:  Como assim?
JACÓ:  Bem, quando eu era menino, mais ou menos da sua idade, meu pai precisava de um milagre.
MATEUS:  Verdade? O que ele precisava?
JACÓ:  Ele dirigia esta estalagem naquela época, e eu o ajudava, assim como nós agora. Mas aconteceu um incêndio no estábulo e ele perdeu todos os animais. Como você sabe, os animais são parte importante do negócio, já que nos dão comida e roupas.
MATEUS:  É, eu sei.
JACÓ:  Meu pai era um homem de muita fé. Ele chamou toda a família e disse que precisávamos que Jeová nos guiasse.
MATEUS:  Então, todos vocês oraram?
JACÓ:  Sim, nós oramos. Nós oramos o dia inteiro, e agradecemos Jeová por ter nos guiado até então.
MATEUS:  E o que aconteceu?
JACÓ:  Três dias depois, um vizinho bateu na nossa porta. Ele tinha um jumento para nós. Um por um, nossos 33 vizinhos vieram com uma coisa depois da outra para nos dar, até que tínhamos mais do que tínhamos antes.
MATEUS:  E o estábulo? Onde vocês colocaram os animais?
JACÓ:  Meu primo, Saul, e seus irmãos vieram e nos ajudaram a reconstruir o estábulo. Foi lindo trabalharmos aqueles dias. Era mais uma festa do que um dia de trabalho.
MATEUS:  E isto foi um milagre?
JACÓ:  Como eu disse, depende de como é a sua definição de milagre. As coisas que precisamos não caem simplesmente do céu, mas com certeza elas vêm exatamente quando precisamos delas. O que você acha?
MATEUS:  Parece um milagre para mim.
JACÓ:  Isso é o que eu sempre pensei.
MATEUS:  Você acha que milagres ainda acontecem hoje?
JACÓ:  Tenho certeza que sim, filho, se você tiver fé para acreditar. Você precisa de um milagre?
MATEUS:  Sim, eu preciso.
JACÓ:  Então ore para Jeová que Ele responderá a sua oração. Mas esteja preparado, porque a resposta pode não vir do jeito que você queria.
MATEUS:  Obrigado, papai.

Cena 5
(Todos estão deitados. Alguém bate na porta)
JACÓ:  (Se levantando) Só um minuto. Só um minuto. (Abre a porta)
(os 3 Reis Magos entram)
SÁBIO 1: Boa noite, senhor. Procuramos pelo dono desta estalagem.
JACÓ:  Sou eu mesmo, senhor, mas como podem ver, estamos completamente cheios. Não podemos mais aceitar hóspedes.
SÁBIO 2:  Nós temos nossas próprias tendas. Não estamos pedindo um lugar para dormir. Viemos de um país muito distante. Viemos ver o recém-nascido e adorá-lo.
Sábio 3: Nós viajamos por um longo tempo, seguindo a estrela no Leste.
SÁBIO 1: Agora, ela parou sobre Belém. Pode nos dizer onde encontramos o bebê?
JACÓ:  Sim, eu posso. Venham, vou levá-los até ele.
MATEUS:  (Resmungando) Eu nunca vi tanto alvoroço por causa de um bebê. (Volta a dormir)
RAQUEL:  Mamãe, está acordada?
MÍRIAM:  Sim, Raquel. Estou.
RAQUEL:  O que você acha deste bebê? Primeiro os pastores e agora esses Reis vieram para vê-lo. Definitivamente, tem algo de especial nele.
MÍRIAM:  Sim, e eu estou certa disso. Não sentiu algo diferente desde que ele nasceu?
RAQUEL:  Sim, senti. Até porque eu amo bebês.
(Jacó entra)
MÍRIAM:  Está tudo bem com o bebê, Jacó?
JACÓ:  Sim, está tudo bem. Mas é a coisa mais estranha, Miriam.
MÍRIAM:  O que é, Jacó?
JACÓ:  Esses três homens que acabaram de chegar, assim que o viram, se ajoelharam e o adoraram, e deram para ele presentes de ouro, incenso e mirra.
MÍRIAM:  Verdade?
JACÓ:  Quem ele pode ser? Esse bebê no nosso estábulo?
MÍRIAM:  Pode ser ele Jacó? Aquele que nosso povo vinha esperando por tanto tempo?
JACÓ:  Mas como pode ser? Como ele pode vir como um bebê pobre e não como um rei?
MÍRIAM:  Eu não sei, Jacó. Eu simplesmente não sei.
(Começa a clarear, está amanhecendo. Todos os hóspedes se levantam e sentam-se nas mesas e a família começa a servir o café-da-manhã. Entram Achbed e Petra)
ACHBED:  Bom dia a todos! Bem-vindos à minha estalagem!
JACÓ:  Como assim, sua estalagem? Ainda não é Lua Nova! A estalagem ainda é minha, pelo menos até lá!
ACHBED:  Uma pequena mudança de planos, querido primo. Como Petra aqui pode confirmar, o acordo dizia na Lua Nova, ou antes, se necessário.
JACÓ:  Não foi isso que acertamos.
ACHBED:  Certamente, você reconhece Petra como sua testemunha.
JACÓ:  É claro, mas eu não concordei para nada antes da Lua Nova.
ACHBED:  Ah, mas você concordou, não é verdade, Petra?
PETRA:  Sim, eu me lembro claramente. Você concordou para a Lua Nova, ou antes, caso necessário.
JACÓ:  Um mente e o outro jura por isso!
ACHBED:  Eu devo receber o pagamento total hoje, ou ao cair da noite a estalagem será minha. Você escolhe.
JACÓ:  Não há escolha nenhuma, e você sabe disso! Eu não posso pagar tudo o que devo.
ACHBED:  Que triste, mas minha oferta continua de pé para sua talentosa esposa para cozinhar para a minha estalagem.
MÍRIAM:  Achbed, como pode fazer isso com seu próprio primo?
ACHBED:  Não é nada pessoal. Mas negócios são negócios, querida Miriam.
(Entram os 3 Reis-Magos)
SÁBIO 1: Obrigado por sua ajuda e sua hospitalidade. Seguiremos nosso caminho agora.
SÁBIO 2:  Sabemos que muitos viajantes passarão por este lugar ao longo dos anos. Ficaremos felizes em contar-lhes sobre sua amável estalagem.
ACHBED:  Sim, por favor.
JACÓ:  Eu sinto muito em dizer isto, mas depois de hoje a estalagem não será mais minha.
Sábio 3: Sentimos muito em ouvir isto. Toda a cidade está sabendo de como sua esposa cozinha bem.
MÍRIAM:  Obrigada.
SÁBIO 1: Nós estamos tão gratos com o que vocês fizeram pelo bebê e sua família. Por anos nós esperamos poder vê-lo. Se não fosse por sua bondade, talvez nunca o tivéssemos encontrado.
SÁBIO 2:  Por muitos anos nós estudamos as antigas escrituras e as estrelas para ver quando a criança sagrada viria entre nós. Todo o trabalho de minha vida foi centralizado nisso. Eu não posso agradecê-lo o suficiente por tudo o que fez pela criança e por nós.
JACÓ:  (Sem graça) Não tem de quê... Disponha sempre.
Sábio 3: Obrigado, e que Deus esteja com você.
JACÓ:  E com vocês (Os sábios saem)
(José entra)
JOSÉ:  Eu vim para agradecer por sua ajuda e hospitalidade. Minha esposa e eu estamos prontos para voltarmos para casa.
MÍRIAM:  Estamos tão contentes de podermos ajudar, e sentimos muito por só poder oferecer nosso estábulo.
JOSÉ:  Foi maravilhoso ter um lugar tão aconchegante e privado. Obrigado pela ajuda que você e sua filha nos deram quando chegou a hora.
MÍRIAM:  Não tem de quê.
JACÓ:  Vão em paz, José e cuide sa sua adorável família.
JOSÉ:  Eu vou. Bom dia. (José sai)
ACHBED:  Hummm, usando até o estábulo para os hóspedes. Taí uma coisa que eu nunca tinha pensado! Meus parabéns, primo.
JACÓ:  Não foi por ganância, Achbed, mas porque eles precisavam.
ACHBED:  (Não acreditando) Hummm, ainda mais esperto.
RAQUEL:  É verdade. Nós nem cobramos deles para ficarem no estábulo.
ACHBED:  Então foi uma decisão ruim.
MÍRIAM:  Você está...
JACÓ:  (Interrompendo) Achbed, por favor, deixe a minha família em paz agora.
ACHBED:  Como desejar, primo. Eu vou voltar em breve, para planejar as reformas da MINHA estalagem.
MÍRIAM:  Jacó, o que vamos fazer?
JACÓ:  Não se preocupe, Miriam. Vamos fazer o que temos de fazer. Mateus, atrele a carroça no cavalo. Raquel, você e sua mãe empacotam nossas coisas e vamos carregar tudo para a viagem.
RAQUEL:  Mas, onde nós vamos, papai?
(José entra)
JOSÉ:  Eu sinto muito interromper, mas os 3 homens que vieram adorar o bebê me pediram que desse isto para você.
JACÓ:  O que é?
JOSÉ:  Eu não sei. Eu estou só entregando por eles.
(Jacó pega o saco, abre e fica em estado de choque)
JACÓ:  Mas, eu não posso aceitar isto.
MÍRIAM:  O que é, Jacó?
JACÓ:  É mais ouro do que nós jamais precisamos! Você deve devolver isto para eles!
JOSÉ:  Mas eles já foram. Eu não sei para onde. Eles me disseram para lhe dizer que isto é um pequeno pagamento perto do que eles já ganharam. Bom dia para vocês e que Deus esteja com vocês todos!
JACÓ:  Deus esteja com você também. (José sai)
RAQUEL:  Papai, isso quer dizer que podemos ficar com a estalagem?
JACÓ:  Sim! Sim, crianças, sim! Podemos ficar com a estalagem!
(Achbed e Petra entram)
ACHBED:  Agora, Petra, podemos começar por aqui. Que tal uma lareira?
JACÓ:  Você vai começar o quê, primo Achbed?
ACHBED:  O quê, minhas reformas é claro. É uma pena que vocês não tenham a visão e o planejamento que eu trarei para este negócio. É por isso que vocês estão quebrados! Mas tudo isto vai mudar amanhã quando a estalagem tiver um novo dono.
JACÓ:  Mas há uma pequena mudança nos planos, primo Achbed.
ACHBED:  Verdade? O que é primo Jacó?
(Jacó conta algumas moedas da bolsa)
JACÓ:  Aqui está o que eu lhe devo, pago totalmente!
ACHBED:  Mas como você... Onde você...
JACÓ:  Eu não acho que isso seja da sua conta, assim como esta estalagem! Eu agradeço se sair agora.
ACHBED:  (Pegando o ouro) Arrrrgh! Algum dia eu terei esta estalagem, primo!
MÍRIAM:  Não enquanto Deus for Deus!
MATEUS:  Papai, isto é um milagre? (Jacó abraça sua família)
JACÓ:  Sim Mateus, isto é um milagre.

AUTOR: Fábio Greb
Disponível em: http://teatrocristao.net/texto/natal_passado




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